segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Fátima ou Kyoto?

Comentário ao postal Fátima ou Kyoto?:

Voltámos, no fundo, ao culto de Gaia.
A associação desta deusa primordial com Maria é teologicamente insustentável à luz do pensamento cristão.
Porém, será legítima, se considerarmos a prática e o discurso de muitos Católicos e de outros adoradores da «Senhora».
Por outro lado, o laicismo esconde, de facto, expressões - na práxis e nas crenças - de religiosidade pagã, pouco consentâneas com a sofisticação e profundidade do pensamento humano nestes séculos de história da Filosofia, da Teologia e da Ciência.
Acresce que, na maior parte das vezes, o laicismo não passa, entre nós - julgo eu -, de um arreigado anti-clericalismo (historicamente justificado), que tem razões quiçá mais fundas do que o próprio jacobinismo (este uma quase-religião pagã).
Por detrás da rejeição «dos padres» e das suas propostas, por detrás de um discurso laicista, mantém-se o medo do desconhecido e a consciência da dignidade e fragilidade do homem, capaz de construir e pensar parcialmente a realidade, mas ciente da transcendência que não controla nem alcança.
Pedro Cruz

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